“O pomar da literatura, vocês sabem, é composto de
diferentes espécies: a poesia, que, pela sua delicadeza, compara à uva; o
romance, que, pela sua densidade, me lembra uma jaca (não dá para comer toda de
uma vez e se presta muito para fazer doces e filmes); o conto, que, para ter
qualidade, precisa ser redondo como uma lima; a novela, que, a meio caminho
entre o conto e o romance, poderia ser um melão; e a crônica, que, pela
variedade e popularidade, equivale à laranja.
O conto e a crônica, como se vê, são parecidos e às vezes até
confundidos sob um olhar apressado. O conto, como a lima, tem a casca mais fina
e pode ser mais agradável a um paladar delicado. A crônica, casca mais grossa,
não requer tantos cuidados para frutificar. Cresce até em publicações periódicas,
como jornais e revistas, mas nem por isso seu valor nutritivo é menor: contém
todas as vitaminas necessárias à formação de um leitor. As crônicas, como as
laranjas, podem ser doces ou azedas; consumidas em gomos ou pedaços, na
poltrona de casa, ou virar suco, espremidas nas salas de aula”. (NOVAES, Carlos
Eduardo. A cadeira do dentista e outras crônicas. São Paulo, Editora Ática,
1995.)
Nessa atividade, convidamos você e seus colegas a entrarem
nesse pomar para saborear uma de suas frutas: a crônica.
A crônica é um texto curto que apresenta a visão pessoal do
cronista a respeito de fatos corriqueiros ou noticiados em jornais e na televisão.
Assim, a crônica é uma conversa do cronista com o leitor a respeito dos
acontecimentos que os cercam.
Faço votos de que você e seus colegas envolvam-se com essa
proposta, sintam-se motivados a saborear as crônicas e, dessa forma, a tecer
reflexões acerca do mundo em que vivemos!
Webquest elaborada por Marcia Zakrzevski
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