sexta-feira, 14 de junho de 2013

ORALIDADE EM SALA DE AULA

Por Daiane Chaves

Nos dias atuais, a fala é uma das chaves essenciais para o sucesso, saber expor suas ideias, opiniões, argumentar, respeitar turnos de fala, tudo isso é imprescindível em nossa vida quotidiana. Entretanto, a maioria das escolas enfatiza e prioriza somente a escrita, esquecendo que a linguagem oral é o elemento de comunicação mais utilizado pelas pessoas, considerando que a fala antecede a vida escolar.
Luft (1997), em sua obra Língua e Liberdade, demonstra seu descontentamento com as escolas tradicionais, “onde é tão raro que se estude a língua como meio de comunicação-atual, vivo, eficiente” (p. 95).
No que se refere às atividades em torno da oralidade, Marcuschi (2001, p. 19) relata que há uma quase omissão da fala no contexto escolar e a explicação, segundo o autor, é a crença ingênua de que o uso oral da língua é tão comum em nosso cotidiano e por isso não há necessidade de trabalhá-la na escola. Ainda segundo o autor, a fala é vista como o lugar privilegiado para violação das regras gramaticais, ou seja, devido a esse pensamento equivocado, o aluno perde oportunidades de aprendizagem nas quais poderia ter contato com diversos padrões gerais de conversação, como também de aprendizado da realização dos gêneros orais da comunicação pública, que pedem registros mais formais, com escolhas lexicais mais especializadas e padrões textuais mais rígidos, como certas convenções sociais exigidas pela situação do “falar em público".
Pensando nesse contexto, o trabalho realizado, por nós, bolsistas do PIBID, busca formas de romper com esse modelo tradicional, no qual somente por meio da escrita o aluno demonstra sua capacidade de entendimento. Assim, propomos uma nova concepção de aula, na qual o professor não é o único detentor do saber, mas aprende e interage com o outro o tempo todo.
Desse modo, independente da temática trabalhada em sala, valorizamos e incentivamos a oralidade e, por meio da temática que está em foco na aula, demostramos a devida adequação da linguagem ao contexto de uso. Ou seja, no PIBID-português o trabalho com a oralidade está presente em todas as aulas, é algo contínuo.
Compreendemos, assim, que um dos papeis do educador seja este: não distanciar a fala da escrita atribuindo maior importância a uma que a outra, mas valorizar e trabalhar as duas modalidades, pois ambas possuem enorme relevância na vida de todos. 

Referências
LUFT, Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: Ática, 1997.

MARCUSCHI, Luis Antônio. Da fala para a escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.

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