domingo, 27 de outubro de 2013

PRECONCEITO LINGUÍSTICO: MITO OU REALIDADE?


Por: Elizandra Feld


Desde a época da escola, estudamos vários tipos de preconceitos: racial, sexual, de classe social, entre outros. Entretanto um tipo de preconceito pouco discutido em sala de aula é o preconceito linguístico, que nada mais é que um pré-julgamento acerca da fala do outro, julgando-a como “errada”, bizarra e muitas vezes até como motivo de piadas completamente sem graça.

Apesar de ser um tema pouco discutido, o preconceito linguístico é o tipo mais presente na vida de todos, considerando os países e sua grande extensão territorial, em que se tem em cada região costumes, hábitos diferentes, a cultura de cada povo que é única, autêntica, e que varia de lugar para lugar, cidade para cidade.

O estudo do preconceito linguístico nem sempre existiu, surgiu aproximadamente há meio século com os estudos de William Labov, e com o nascimento da Sociolinguística – ciência que estuda os fatores linguísticos e extralinguísticos. Entende-se por fatores linguísticos, aquilo que está inserido na língua, isto é, as regras que sustentam a sua estrutura. Já os fatores extralinguísticos são os fatores sociais: idade, sexo, grau de escolaridade, classe social, entre outros fatores que possam vir a influenciar a fala dos indivíduos.

Geralmente ouvimos a expressão: “ele (a) fala errado”, e infelizmente essa ideia um dia também já esteve impregnada em cada um de nós. Isso acontece porque aprendemos que há apenas uma língua no Brasil, que ela é una, e principalmente que há uma norma padrão que tem de ser seguida na escrita e na fala inclusive. 

A variação da nossa fala se dará dependendo da situação, pois existem ambientes em que não se exige que nós estejamos usando apenas a norma padrão. Por exemplo, numa conversa com amigos é uma situação em que não se tem a necessidade de usar a norma culta, pois não é um ambiente formal. E assim a nossa fala, nosso jeito de nos expressarmos vai variar de acordo com o lugar em que nós estivermos, dependendo das necessidades que surgirem.

Após trabalhar o tema em sala de aula nas aulas do PIBID, percebemos o quanto o preconceito linguístico está impregnado nos estudantes. Nas primeiras aulas que trabalhamos com a temática, os alunos se mostraram com opiniões que já estávamos esperando, mas com o passar das aulas, e da produção do gênero artigo de opinião, pudemos perceber que alguns alunos compreenderam bem o conteúdo trabalhado, já que mostraram opiniões completamente diferentes das primeiras. Acredito que atingimos a nossa meta, que nada mais é que instigar os alunos a repensar suas atitudes e opiniões acerca de temas que muitas vezes ficam obscuros, isto é, que são pouco difundidos e discutidos pelos professores.

Apesar de obtermos bons resultados, sabemos que ainda essa ideia de “falar errado” está passeando por aí, e infelizmente ainda vai vagar por um longo tempo na cabeça das pessoas. Esperamos que a nova geração de professores e alfabetizadores traga uma nova visão acerca da fala, que esse tabu de “fulano fala errado” acabe, pois vivemos em um mundo em que a cultura é algo universal, em cada canto do mundo temos culturas diferentes, e essas diferenças têm de ser aceitas, pois se tudo fosse igual, não teria a menor graça.

sábado, 19 de outubro de 2013

Um norte para a bússola...


Por Carla Micheli Carraro
 
            Na educação nos deparamos com milhares de perguntas e poucas respostas. As indagações estão relacionadas a várias questões. Por exemplo:
            É fato que nunca se investiu tanto financeiramente em educação, mas, mesmo assim, enfrentamos dificuldades. Seria a má administração dos investimentos? Ou será que ainda estes investimentos são precários, visto que a educação exige uma demanda bem maior?
            E as perguntas continuam: por que muitos professores não recebem o devido valor de seus alunos? Muitas vezes, estes professores precisam “fazer mágica em sala de aula” para conseguirem dar aulas e obterem respeito frente a tanta indisciplina escolar. Como motivar futuros professores diante desta situação preocupante?
            Outra questão ainda mais preocupante é a desmotivação de alguns alunos,  a falta de perspectiva, eles parecem não ter perspectiva de futuro, parecem não ter em mente um meta a se alcançar e, ainda, alguns deles apresentam graves problemas de indisciplina. Como trabalhar com alunos sem perspectiva? Outros ainda não têm o apoio dos pais na vida escolar, como lidar com estes?
    Diante destes fatos algo está errado?! Desajustado?! Desnorteado?!
            Vejo a escola, sua estrutura física e seus integrantes (alunos, professores, funcionários) como uma bússola um pouco desnorteada. Não estamos conseguindo encontrar um norte para questões como as que estão relatadas acima, não temos uma direção certeira. Encontramo-nos diante de muitas perguntas e poucas respostas, encontramo-nos diante de um mar aberto, sem bússola, sem direção, mas ainda navegando, o que nos faz ter esperança... .
            Porém, sem uma bússola com um norte corremos o risco de não sairmos do lugar, tomarmos direções erradas, podemos naufragar... . Mas nós, professores, também somos marinheiros, mesmo que, muitas vezes, tenhamos de nadar contra a maré e com as próprias mãos buscando um rumo (mesmo sem bússola).
            E assim surge uma indagação: como buscar melhorias para as dificuldades que enfrentamos no âmbito educacional?
         Com as atividades realizadas no PIBID, temos a oportunidade de contribuir com a escola, mas também percebemos a preocupante realidade em que a escola se apresenta.  Realidade esta a que não podemos fechar os olhos, pois as dificuldades existem de fato.
            Mas, também sei que jovens marinheiros gostam de mostrar que também sabem navegar e nós, pibidianos-professores em formação, somos jovens marinheiros. Creio que uma alternativa viável seja navegar, enfrentando tempestades e também se deliciando com dias de sol, pois a escola também nos proporciona o doce da viagem.
            E é com esperanças de melhorias escolares, com a vontade de sempre buscar um norte para a bússola que finalizo este texto, pensando na mensagem de Fernando Pessoa: “Navegar é preciso” e ainda faço um ajuste voltando-se para a educação: “Acreditar e lutar para que a educação melhore também é preciso”.

domingo, 13 de outubro de 2013

PIBID-PORTUGUÊS: AS APRESENTAÇÕES NA SIEPE


Por Carla M. Carraro e Elizandra Feld

Nos dias 24, 25 e 26 do mês de setembro ocorreu, na UNICENTRO, a Semana de Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão/SIEPE, um evento que agrega todas as áreas da universidade.
Nós, bolsistas do PIBID-Português do Curso de Letras do Campus UNICENTRO de Irati, também participamos do evento com apresentações de trabalhos por meio de painéis, momento em que pudemos compartilhar experiências desenvolvidas por meio do PIBID, em aulas de Língua Portuguesa com o Ensino Médio do Colégio Estadual João XXIII (colégio parceiro do programa).
A SIEPE foi de grande relevância, pois nos proporcionou a troca de ideias, o contato com bolsistas PIBID de outros cursos e, principalmente, uma oportunidade de divulgarmos nosso trabalho.
Abaixo, apresentamos alguns registros das apresentações na SIEPE.
























domingo, 6 de outubro de 2013

Produção escrita vs realidade do aluno


Por: Letícia Palamar

Como sabemos, durante toda a vida escolar, a aprendizagem e o bom desempenho do aluno depende muito de como o professor conduz as suas aulas.
No que diz respeito às aulas de português, a produção textual é de extrema importância e é fundamental contemplar a realidade dos alunos para um resultado satisfatório. 
Em uma das aulas do PIBID-português, por exemplo, sugerimos aos alunos que elaborassem um texto do gênero notícia. Eles, portanto, deveriam produzir uma notícia, mas nada era feito, pois havia conversa paralela e os alunos não demonstravam interesse. No entanto, algo lhes chamava a atenção e era o motivo para a conversa: o campeonato de futebol do qual participaram e foram campeões.
Foi partindo dessa conversa que surgiu a ideia: a elaboração de uma notícia relatando a vitória. Assim que nós pibidianas sugerimos essa temática, a conversa acabou e textos criativos apareceram.
Assim, percebe-se a importância de contemplar a realidade dos alunos nas produções textuais, pois quando pretendemos desenvolver a competência escrita dos alunos, formando pessoas familiarizadas com a escrita, é preciso, acima de tudo, oferecer condições para que os alunos criem seus próprios textos. Logo, pensar e descrever a realidade em que os alunos (con)vivem é valorizar e demonstrar respeito à cultura local.