*Por: Jeniffer Javorski Cabral
Os professores de língua materna devem sempre reconhecer a
diferença entre a língua falada e a língua escrita, são duas modaliddaes totalmente
diferentes, porém, sabemos que uma possui influência sobre a outra,
principalmente a falada sobre a escrita.
Esta influência da oralidade na escrita é muito encontrada
nos textos produzidos pelos alunos, como por exemplo a palavra “cazarão” (casaram). Neste
caso o que acontece é que, no português, as palavras que terminam em "am" são pronunciadas como "ão".
Estes problemas são perfeitamente explicados e são
classificados em categorias, entre elas:
- Transcrição Fonética:
Acontece quando o aluno escreve de acordo com a sua fala,
fazendo uma transcrição fonética, como nos exemplos:
tudu (tudo)
praneta (planeta)
sou (sol)
- Uso Indevido de Letras:
Caracteriza-se pela escolha do aluno por uma letra possível
para representar o som de uma palavra quando as regras ortográficas propõem outra
letra, como nos exemplos:
dici (disse)
licho (lixo)
xata (chata)
- Hipercorreção:
Neste caso o aluno já conhece a forma correta da palavra,
mas acaba generalizando. Podemos citar como exemplo: algumas palavras que terminam com som
de i na pronúncia se escrevem com e, como o som é i, o aluno passa a substituir
na escrita o e pelo i.
jogol (jogou)
conseguio (conseguiu)
familha (família)
- Modificação da estrutura segmental das palavras:
Estes desvios não se relacionam com a fala, são apenas trocas, supressões, acréscimos ou inversões de letras.
voi (foi);
odeam (odeiam);
muméros (números).
- Juntura Intervocabular e Segmentação:
Na fala não existe separação de palavras, a não ser quando
marcada pela entonação do falante, portanto neste caso as palavras são escritas
sem espaços.
oque (o que)
agente ( a gente)
apartir (a partir)
- Forma morfológica diferente:
Alguns erros ortográficos acontecem porque, na variedade
dialetal que se usa, certas palavras têm características próprias.
pacia (passear)
ta (está)
adepois (depois)
- Problemas Sintáticos:
Alguns problemas textuais podem ser de natureza sintática, isto é, de
concordância, de regência.
"Era uma vez um gato que um dia ele saiu de casa."
*Obs.: As informações foram retiradas do livro: CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1997.
Muito bom seu texto, acredito que muitos professores, assim como eu, desconheciam algumas dessas informações.Obrigado. Bom trabalho.
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