Por Rosana
Taís Rossa
Diariamente assistimos a degradação das famílias. Lentamente, pais e
filhos se distanciam e perdem contato. Percebemos que em nossa
sociedade certas práticas como a leitura em família, conversa ao
redor da mesa ou pipoca nos dias de chuva, estão perdendo espaço
dia após dia. A causa já é sabida: em uma sociedade extremamente
capitalista em que as relações emocionais pouco importam, não se
preza mais as tradicionais reuniões de família, pois existe a
necessidade de estarmos sempre conectados com o mundo dos negócios,
com o mundo virtual e das relações profissionais, o que geralmente
não inclui a parentela que nos cerca.
À noite, em que
geralmente há mais tempo para momentos de interação,
achamos sempre uma desculpa para nos isolar, tendo como pretexto uma
atividade interessantíssima ou de extrema relevância, que não nos
permite dialogar ou simplesmente sorrir para aqueles com quem
dividimos o mesmo teto. Os pais, sempre preocupados em manter a casa
em ordem e a mesa farta, aproveitam os poucos momentos de descanso
para assistir ao jornal, a novela ou fazer as contas do mês. As
mães, que muitas vezes trabalham fora, preocupam-se em arrumar a
casa para o dia seguinte. Os filhos, por sua vez, aproveitam o tempo
livre para dedicarem-se aos prazeres proporcionados pela tecnologia:
redes sociais, televisão, vídeo-game, entre outras atividades que
tornam as noites dos jovens e adolescentes prazerosas e divertidas.
E lá se vai mais um
dia sem que os pais conversem com os filhos sobre o que aprenderam
hoje ou sem que vejam seus cadernos. Os filhos pouco se interessam pelo dia
dos pais, já que imaginam que trabalhar fora não deve ser nada
emocionante. Talvez essa falta de diálogo seja uma das causas de
tanta violência, mau comportamento e vícios dos nossos jovens. O
interesse em aprender, em respeitar o ensino e a vida em sociedade
vem de casa, assim como a falta dele também! É aí que nós,
profissionais da educação, podemos interferir: aplicar atividades
em que o aluno precise interagir em casa ou propor práticas leitoras
em família são excelentes exemplos para propiciar um momento
agradável e produtivo em casa, já que dificilmente esse tipo de atividade ocorre por conta própria.
Apoiar um aluno no seu
desenvolvimento como pessoa vai muito além de ensiná-lo a manusear
equipamentos eletrônicos (o que a mídia faz com extrema precisão),
mas precisamos instigá-lo a manusear livros e, principalmente, propor também a participação
dos seus familiares nessa tarefa. Cabe a nós incentivar nossos alunos a
desligarem seus computadores, chamarem a família e lerem um anúncio
de jornal, uma bula de remédio ou uma nota de falecimento e, a
partir disso, iniciar uma conversa tão interessante que avançará
noite adentro.
Atividades como as relatadas acima estão sendo realizadas e propostas via projetos temáticos no projeto do PIBID - Português no ano de 2013.
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