sexta-feira, 29 de março de 2013

Família: os professores podem contribuir?


Por Rosana Taís Rossa

Diariamente assistimos a degradação das famílias. Lentamente, pais e filhos se distanciam e perdem contato. Percebemos que em nossa sociedade certas práticas como a leitura em família, conversa ao redor da mesa ou pipoca nos dias de chuva, estão perdendo espaço dia após dia. A causa já é sabida: em uma sociedade extremamente capitalista em que as relações emocionais pouco importam, não se preza mais as tradicionais reuniões de família, pois existe a necessidade de estarmos sempre conectados com o mundo dos negócios, com o mundo virtual e das relações profissionais, o que geralmente não inclui a parentela que nos cerca.
À noite, em que geralmente há mais tempo para momentos de interação, achamos sempre uma desculpa para nos isolar, tendo como pretexto uma atividade interessantíssima ou de extrema relevância, que não nos permite dialogar ou simplesmente sorrir para aqueles com quem dividimos o mesmo teto. Os pais, sempre preocupados em manter a casa em ordem e a mesa farta, aproveitam os poucos momentos de descanso para assistir ao jornal, a novela ou fazer as contas do mês. As mães, que muitas vezes trabalham fora, preocupam-se em arrumar a casa para o dia seguinte. Os filhos, por sua vez, aproveitam o tempo livre para dedicarem-se aos prazeres proporcionados pela tecnologia: redes sociais, televisão, vídeo-game, entre outras atividades que tornam as noites dos jovens e adolescentes prazerosas e divertidas.
E lá se vai mais um dia sem que os pais conversem com os filhos sobre o que aprenderam hoje ou sem que vejam seus cadernos. Os filhos pouco se interessam pelo dia dos pais, já que imaginam que trabalhar fora não deve ser nada emocionante. Talvez essa falta de diálogo seja uma das causas de tanta violência, mau comportamento e vícios dos nossos jovens. O interesse em aprender, em respeitar o ensino e a vida em sociedade vem de casa, assim como a falta dele também! É aí que nós, profissionais da educação, podemos interferir: aplicar atividades em que o aluno precise interagir em casa ou propor práticas leitoras em família são excelentes exemplos para propiciar um momento agradável e produtivo em casa, já que dificilmente esse tipo de atividade ocorre por conta própria.
Apoiar um aluno no seu desenvolvimento como pessoa vai muito além de ensiná-lo a manusear equipamentos eletrônicos (o que a mídia faz com extrema precisão), mas precisamos instigá-lo a manusear livros e, principalmente, propor também a participação dos seus familiares nessa tarefa. Cabe a nós incentivar nossos alunos a desligarem seus computadores, chamarem a família e lerem um anúncio de jornal, uma bula de remédio ou uma nota de falecimento e, a partir disso, iniciar uma conversa tão interessante que avançará noite adentro.  
Atividades como as relatadas acima estão sendo realizadas e propostas via projetos temáticos no projeto do PIBID - Português no ano de 2013.

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