sábado, 28 de dezembro de 2013

Experiência com o PIBID-português no ano de 2013

Por Flávia Vieira

Com o final das atividades do Pibid-Português/2013, posso dizer que tudo foi muito proveitoso, desde as discussões nas reuniões e preparo de atividades até atuações em sala. 

As atividades desenvolvidas no Pibid alcançaram as metas traçadas ao  longo do ano. Existiram dificuldades, porém, passamos por cima delas com  facilidade e, para isso, a união da equipe foi essencial em todos os momentos.

A experiência com o Pibid me fez evoluir muito, pois enquanto apenas ouvimos o que é a realidade de uma sala de aula, imaginamos mil coisas e  quando enfim chega a hora de atuarmos, os papéis se invertem, de repente nos vemos perante os alunos e com a responsabilidade de “ensinar”,  mas, além disso, com a obrigação de “saber ensinar”.

Toda preparação é essencial para esse momento tão importante na vida do acadêmico de licenciatura e, se bem aproveitado, irá refletir positivamente quando a prática se fizer necessária. Nesse aspecto, o Pibid nos alicerça para que possamos ter condições de desempenhar bem o nosso papel.

Com a finalização das atividades do Pibid/2013 posso concluir que aprendi muito mais do que imaginava. Percebi a importância de se olhar para o aluno de um novo ângulo, passei a acreditar que podemos fazer a diferença e que a sala de aula necessita, além de professores bem formados, de profissionais compromissados com seu trabalho, pois nossos alunos merecem o melhor de nós.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O PLANO DE AULA

Por Carla Micheli Carraro

Professor, você sabe qual a importância de um plano de aula?
Uma aula precisa ser planejada e pensada detalhadamente para que alcance o resultado almejado. E é por isso que fazemos um plano de aula. Nele, selecionamos uma turma, um conteúdo, elaboramos objetivos a serem alcançados, formulamos os procedimentos metodológicos, bem como os recursos a serem utilizados. É estipulada uma avaliação da aula e, por fim, são apresentadas as referências utilizadas e os anexos.
Um plano de aula bem formulado provavelmente resultará em uma aula produtiva, portanto, o plano servirá de bússola para o professor. Mas é claro que algumas questões pensadas no plano podem destoar no momento da execução da aula, visto que o andamento da turma pode estar mais lento ou mais agitado, a compreensão do conteúdo pode ocorrer de forma satisfatória ou não...
No PIBID-Português, todas as aulas realizadas são, primeiramente, planejadas, ou seja, há um momento de confecção de planos, no qual pesquisamos e discutimos a melhor forma de conduzirmos as aulas. Depois, há a realização desta aula no colégio e, para finalizar, há a discussão e reflexão em conjunto (com o grupo de bolsistas-PIBID) acerca do que deu ou não certo em relação ao planejado.
Cabe salientar que o caminho percorrido por meio do PIBID: planejamento-execução-reflexão das aulas tem nos proporcionado uma excelente experiência docente.

Abaixo, apresentamos uma das possibilidades de plano de aula com a temática consumismo: 


         PLANO DE AULA  - PIBID 
TEMÁTICA: CONSUMISMO

Dados de identificação:
Série: 2° B Ensino Médio do colégio parceiro do PIBID
Total de aulas: 1h aula

Conteúdo: 
Temática consumismo – leitura, interpretação e discussão da temática em diferentes gêneros discursivos.

Objetivos:
- Ampliar os conhecimentos dos alunos a respeito do consumismo e suas implicações e efeitos na vida do indivíduo e, consequentemente, da sociedade;
- Proporcionar a leitura, a interpretação e a discussão do tema consumismo envolvendo diferentes gêneros (curta-metragem, reportagem);
- Propor uma aula dinâmica envolvendo textos escritos e imagéticos, considerando a leitura, interpretação e também o conhecimento prévio dos alunos.

Procedimentos metodológicos:
- Começaremos a aula com a discussão da seguinte frase exposta no quadro: “Dize-me quanto consomes e te direi quanto vales” (intertextualidade do provérbio bíblico “Dize-me com quem andas e te direi quem tu és.”). Indagaremos os alunos a respeito da afirmação, perguntando o significado dela e o porquê desta afirmação ser falsa.
- Em seguida, trabalharemos com dois curtas-metragens (anexo 1) que abordam (ainda que indiretamente) a temática trabalhada: “O que a TV faz com as pessoas” e  “A ilha”. E em seguida levantaremos discussões relacionadas aos curtas-metragens.
- A próxima atividade será o texto “Os mandamentos do consumismo” (anexo 2). Realizaremos a leitura, a interpretação e a intertextualidade. Estas atividades serão realizadas oralmente.
- Depois, trabalharemos com a leitura e discussão do texto jornalístico “Ter ou não ser” (anexo 3), observando o conteúdo do texto (consumismo) e, brevemente,  as características  de um texto jornalístico.

Recursos:
- Quadro e giz
- Fotocópias de textos
- TV e pendrive

 Avaliação:
- Os alunos serão avaliados durante toda a aula, por meio do interesse, da participação e colaboração para o desenvolvimento das atividades.

Referências:

Anexos:
Anexo 1
Curta-metragem “O que a TV faz com as pessoas...”

Curta-metragem “A ilha”

Anexo 2
Mandamentos do consumismo
1°)  Adorar o mercado sobre todas as coisas;
2°)  não profanar a moeda
3°)  não pecar contra a globalização
4°)  cobiçar os bens estatais e públicos em defesa da privatização.
5º)  prestar culto aos sagrados objetos de consumo
                     (Texto adaptado de: http://tudosobreoconsumismo.blogspot.com.br/)

Anexo 3
Ter ou não ser (reportagem adaptada de Marina Caruso e Rita Moraes)
Amantes de novidades e ansiosos por auto-afirmação, os adolescentes se firmam como grande força consumidora 
       Eles sempre acham que não têm dinheiro suficiente.
       Fazem cara feia quando têm de abrir mão de uma balada e frequentemente estouram a conta do celular, instrumento "indispensável" que, sem um freio orçamentário, seria trocado a cada novo lançamento. Cobiçam games e aparelhos de som de última geração. Às vezes doces, às vezes cheios de ira, temem ser os mais desprezados e insignificantes seres do mundo sem "aquela" calça ou "aquele" tênis. Essas criaturas ávidas por novidades são 43 milhões de brasileiros de 10 a 19 anos - uma força consumidora que, cada vez mais, não pode ser desprezada em nenhuma campanha publicitária. Estudo realizado em 2008, com 5 milhões de garotos e garotas de 13 a 17 anos de todas as classes sociais em nove centros urbanos, revela o potencial de compra dessa galera que faz dos shoppings e da internet seus mais concorridos espaços sociais. [...]
Não é difícil entender essa propensão ao consumo. Conflitos inerentes a esse período de transformação fazem dos adolescentes alvos extremamente interessantes para a propaganda. Como casulos que ainda escondem o colorido das asas da futura borboleta, os adolescentes vivem talvez a fase de maior insegurança do desenvolvimento humano. O corpo, com hormônios em ebulição, desperta a atração pelo outro e uma consequente supervalorização da aparência, da beleza e do julgamento alheio. Eles não são mais crianças, mas ainda não viraram adultos e mesmo a meio caminho - precisam definir uma identidade. Tanta necessidade de autoafirmação explica por que a garotada julga crucial ter a pulseirinha ou o videogame do momento. "Trata-se do chamado 'mecanismo de identificação projetiva', no qual o adolescente, a partir das necessidades dos amigos, tenta justificar as suas", diz a psicanalista Ana Olmos, especialista em crianças e adolescentes. O problema é que, além de projetiva, essa identificação se torna progressiva. "Se no começo ele diz que precisa de um celular, porque é o único na sala que não tem, depois vai dizer que seu celular é o único do grupo que não tira fotos", completa a especialista. Cabe aos pais identificar o que, de fato, é importante e o que não passa de um capricho. Afinal, aprender a lidar com a frustração também é fundamental para o crescimento.
Nesta “sede de ter para ser”, os shoppings aparecem como a terra prometida. Dos 110 milhões de pessoas que circulam nos 600 shoppings espalhados pelo país, 20% são adolescentes, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings Centers (Alshop). "Eles são ótimos clientes. Diferentemente dos adultos, eles consomem sem remorsos, sem peso na consciência. Gostam de experimentar e querem estar sempre na moda, já que a apresentação é um elo de integração com a turma", analisa o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Ademais, o adolescente é multiligado, tem pressa de tudo, fala ao telefone, vê televisão e está plugado na internet ao mesmo tempo.
Mas não se pode esquecer que essa meninada é fruto da sociedade na qual está inserida. Se os próprios pais têm dificuldades de resistir ao impulso de compra, o que esperar dos adolescentes? "O importante não é o objeto em si, mas o que ele significa nas relações. O jovem busca possuir determinado item para ser igual e ao mesmo tempo diferente. Igual à turma que cobiça e diferente do grupo infantil ao qual deixou ou dos grupos de adultos com os quais se relaciona".
A juventude é a fase supostamente feliz por excelência porque nela seria possível viver todos os desejos sem a preocupação de responder por eles, como é esperado do adulto.  Ser eternamente jovem... quem não quer?
    ISTOÉ - Adolescência| Edição: 1870