Professor,
você sabe qual a importância de um plano de aula?
Uma
aula precisa ser planejada e pensada detalhadamente para que alcance o
resultado almejado. E é por isso que fazemos um plano de aula. Nele, selecionamos
uma turma, um conteúdo, elaboramos objetivos a serem alcançados, formulamos os
procedimentos metodológicos, bem como os recursos a serem utilizados. É
estipulada uma avaliação da aula e, por fim, são apresentadas as referências
utilizadas e os anexos.
Um
plano de aula bem formulado provavelmente resultará em uma aula produtiva,
portanto, o plano servirá de bússola para o professor. Mas é claro que algumas
questões pensadas no plano podem destoar no momento da execução da aula, visto
que o andamento da turma pode estar mais lento ou mais agitado, a compreensão
do conteúdo pode ocorrer de forma satisfatória ou não...
No
PIBID-Português, todas as aulas realizadas são, primeiramente, planejadas, ou
seja, há um momento de confecção de planos, no qual pesquisamos e discutimos a
melhor forma de conduzirmos as aulas. Depois, há a realização desta aula no
colégio e, para finalizar, há a discussão e reflexão em conjunto (com o grupo
de bolsistas-PIBID) acerca do que deu ou não certo em relação ao planejado.
Cabe
salientar que o caminho percorrido por meio do PIBID:
planejamento-execução-reflexão das aulas tem nos proporcionado uma excelente
experiência docente.
Abaixo,
apresentamos uma das possibilidades de plano de aula com
a temática consumismo:
PLANO DE AULA - PIBID
TEMÁTICA: CONSUMISMO
TEMÁTICA: CONSUMISMO
Dados de identificação:
Série: 2° B Ensino Médio do colégio parceiro do PIBID
Total de aulas: 1h aula
Conteúdo:
Temática consumismo – leitura, interpretação e discussão da temática em diferentes gêneros discursivos.
Temática consumismo – leitura, interpretação e discussão da temática em diferentes gêneros discursivos.
Objetivos:
- Ampliar os
conhecimentos dos alunos a respeito do consumismo e suas implicações e efeitos
na vida do indivíduo e, consequentemente, da sociedade;
- Proporcionar a
leitura, a interpretação e a discussão do tema consumismo envolvendo diferentes
gêneros (curta-metragem, reportagem);
- Propor uma aula
dinâmica envolvendo textos escritos e imagéticos, considerando a leitura,
interpretação e também o conhecimento prévio dos alunos.
Procedimentos metodológicos:
- Começaremos a aula
com a discussão da seguinte frase exposta no quadro: “Dize-me quanto consomes e te direi quanto vales” (intertextualidade do
provérbio bíblico “Dize-me com quem andas e te direi quem tu és.”). Indagaremos
os alunos a respeito da afirmação, perguntando o significado dela e o porquê
desta afirmação ser falsa.
- Em seguida, trabalharemos com dois
curtas-metragens (anexo 1) que abordam (ainda que indiretamente) a temática
trabalhada: “O que a TV faz com as pessoas” e “A ilha”. E em seguida levantaremos discussões
relacionadas aos curtas-metragens.
- A próxima atividade
será o texto “Os mandamentos do consumismo” (anexo 2). Realizaremos a leitura,
a interpretação e a intertextualidade. Estas atividades serão realizadas
oralmente.
- Depois,
trabalharemos com a leitura e discussão do texto jornalístico “Ter ou não ser”
(anexo 3), observando o conteúdo do texto (consumismo) e, brevemente, as características de um texto jornalístico.
Recursos:
- Quadro e giz
- Fotocópias de
textos
- TV e pendrive
Avaliação:
- Os alunos serão
avaliados durante toda a aula, por meio do interesse, da participação e
colaboração para o desenvolvimento das atividades.
Referências:
Anexos:
Anexo 1
Curta-metragem “O que
a TV faz com as pessoas...”
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=mpmKVGjkjrM
Curta-metragem “A
ilha”
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=oQjX19ZPbDY
Anexo 2
Mandamentos do consumismo
1°)
Adorar o mercado sobre todas as coisas;
2°)
não profanar a moeda
3°)
não pecar contra a globalização
4°)
cobiçar os bens estatais e públicos em defesa da privatização.
5º)
prestar culto aos sagrados objetos de consumo
(Texto adaptado de: http://tudosobreoconsumismo.blogspot.com.br/)
Anexo 3
Ter ou não ser (reportagem adaptada de
Marina Caruso e Rita Moraes)
Amantes de novidades e ansiosos
por auto-afirmação, os adolescentes se firmam como grande força
consumidora
Eles sempre acham que não têm dinheiro
suficiente.
Fazem cara feia quando têm de abrir mão
de uma balada e frequentemente estouram a conta do celular, instrumento
"indispensável" que, sem um freio orçamentário, seria trocado a cada
novo lançamento. Cobiçam games e
aparelhos de som de última geração. Às vezes doces, às vezes cheios de ira,
temem ser os mais desprezados e insignificantes seres do mundo sem
"aquela" calça ou "aquele" tênis. Essas criaturas ávidas
por novidades são 43 milhões de brasileiros de 10 a 19 anos - uma força consumidora
que, cada vez mais, não pode ser desprezada em nenhuma campanha publicitária.
Estudo realizado em 2008, com 5 milhões de garotos e garotas de 13 a 17 anos de
todas as classes sociais em nove centros urbanos, revela o potencial de compra
dessa galera que faz dos shoppings e da internet
seus mais concorridos espaços sociais. [...]
Não é difícil entender essa propensão
ao consumo. Conflitos inerentes a esse período de transformação fazem dos
adolescentes alvos extremamente interessantes para a propaganda. Como casulos
que ainda escondem o colorido das asas da futura borboleta, os adolescentes
vivem talvez a fase de maior insegurança do desenvolvimento humano. O corpo,
com hormônios em ebulição, desperta a atração pelo outro e uma consequente
supervalorização da aparência, da beleza e do julgamento alheio. Eles não são
mais crianças, mas ainda não viraram adultos e mesmo a meio caminho - precisam
definir uma identidade. Tanta necessidade de autoafirmação explica por que a
garotada julga crucial ter a pulseirinha ou o videogame do momento. "Trata-se do chamado 'mecanismo de
identificação projetiva', no qual o adolescente, a partir das necessidades dos
amigos, tenta justificar as suas", diz a psicanalista Ana Olmos,
especialista em crianças e adolescentes. O problema é que, além de projetiva,
essa identificação se torna progressiva. "Se no começo ele diz que precisa
de um celular, porque é o único na sala que não tem, depois vai dizer que seu
celular é o único do grupo que não tira fotos", completa a especialista.
Cabe aos pais identificar o que, de fato, é importante e o que não passa de um
capricho. Afinal, aprender a lidar com a frustração também é fundamental para o
crescimento.
Nesta “sede de ter para ser”, os shoppings aparecem como a terra
prometida. Dos 110 milhões de pessoas que circulam nos 600 shoppings espalhados
pelo país, 20% são adolescentes, segundo dados da Associação Brasileira de
Lojistas de Shoppings Centers (Alshop). "Eles são ótimos clientes.
Diferentemente dos adultos, eles consomem sem remorsos, sem peso na
consciência. Gostam de experimentar e querem estar sempre na moda, já que a
apresentação é um elo de integração com a turma", analisa o presidente da
Alshop, Nabil Sahyoun. Ademais, o adolescente é multiligado, tem pressa de tudo,
fala ao telefone, vê televisão e está plugado na internet ao mesmo tempo.
Mas não se pode esquecer que essa
meninada é fruto da sociedade na qual está inserida. Se os próprios pais têm
dificuldades de resistir ao impulso de compra, o que esperar dos adolescentes?
"O importante não é o objeto em si, mas o que ele significa nas relações.
O jovem busca possuir determinado item para ser igual e ao mesmo tempo
diferente. Igual à turma que cobiça e diferente do grupo infantil ao qual
deixou ou dos grupos de adultos com os quais se relaciona".
A juventude é a fase supostamente
feliz por excelência porque nela seria possível viver todos os desejos sem a
preocupação de responder por eles, como é esperado do adulto. Ser eternamente jovem... quem não quer?
ISTOÉ - Adolescência| Edição:
1870
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