Rosana Taís
Rossa
Atividade interessante é parar para pensar no que constitui a
prática pedagógica. Muito se fala sobre as dificuldades que o
professor enfrenta, as deficiências do sistema educacional e, muitas
vezes, a falta de preparo que ele apresenta, mas pouco se discute
acerca da verdadeira função desse profissional. Então, qual é
nossa missão?
Quando entramos em um curso de licenciatura, a primeira
coisa em que pensamos é que iremos ensinar nossos alunos a
compreender os conteúdos programáticos a que serão submetidos e
prepará-los para um teste que os admitirá em um ensino superior, ou
em um emprego “melhor”. No entanto, a tarefa do professor é bem
mais complexa. Talvez o mais relevante para se pensar é que
trabalhamos com gente, com o humano,
e isso torna nossa função mais complexa.
O professor, antes de mais nada, deve entender que seu interlocutor
não é máquina, nem animal, nem escravo pronto a ouvir, aceitar e
se calar, mas sim um ser autônomo, racional e capaz de interagir,
questionar e discordar. Outro fator de grande relevância é entender
que muitas vezes o aluno não está bem de saúde, está passando por
dificuldades financeiras, problemas em casa e outros percalços que
atrapalham seu desempenho escolar, prejudicando seu aprendizado. O
docente deve sempre entender essas situações e ter um bom jogo de
cintura para administrá-las.
Somos professores de português e nossa missão vai muito além de
ensinar nossos alunos a escrever bons textos e interpretar obras
literárias, mas envolve uma entrega total, "de corpo e alma", em prol
do crescimento dos indivíduos, contribuindo para o desenvolvimento
de habilidades que eles terão para toda sua vida e não apenas
usarão para uma finalidade limitada. Um ponto a nosso favor é que
podemos desenvolver práticas de intertextualidade, envolvendo
músicas, imagens, filmes e textos, interligando-os e discutindo
sobre os mais variados temas, favorecendo a formação do caráter
dos indivíduos.
Permitir que os alunos leiam e interpretem textos,
ampliem
a criticidade, tenham condições de questionar o que lhes é
imposto, desenvolvam a
capacidade de escolher seus governantes
com responsabilidade, entendam
que não precisam concordar com tudo,
mas que
devem respeitar a opinião de todos... enfim, nossa função vai além
do que se apresenta nos livros didáticos, mas está em nossas
próprias concepções e filosofias e entendemos, portanto, que essas
concepções são transmitidas aos nossos alunos e farão, certamente, muita diferença na vida deles.
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