sábado, 29 de novembro de 2014

O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇÕES

Por: Ana Caroline dos Santos

Um assunto bastante pertinente ao exercício docente é refletir a respeito do modo como se constrói a identidade de um professor.  O método adotado pelo PIBID proporciona um pensamento sistematizado sobre a prática. A metodologia de trabalho em duplas também é muito produtiva, pois os colegas analisam sua ação pedagógica de maneira conjunta e com isso desenvolvem uma atividade pautada em objetivos.

Outro dado relevante é quando nos deparamos com situações de falta de interação na aula, conversas paralelas, brincadeiras sem ligação com o conteúdo. Na atuação desenvolvida em dupla temos um modelo a seguir: há um colega com mais experiência em classe e com o tempo o novo docente aprende como lidar com esse tipo de situação. Entendemos que ser professor é saber agir em situações diversas e essas não são capacidades inatas, mas atividades calcadas em momentos de ponderação e discussões de ideias. 

É importante ressaltar que o educador precisa sempre analisar seus procedimentos metodológicos em sala de aula e pautar-se em objetivos e para isso muitas vezes deve mudar atividades que não foram produtivas, repensar os planos de aula e sempre partir das necessidades dos discentes. 

O trabalho do docente precisa ser contínuo, e é fundamental a reflexão constante e a autoavaliação de sua prática.







Outro elemento essencial é encontrar formas de explorar a oralidade, a escrita, a reescrita e a análise linguística, para aumentar a competência linguística do aluno. 

As reuniões constantes que os pibidianos têm proporcionam este enfoque, pois partem das necessidades reais dos alunos e dos professores em formação, o que difere do estágio supervisionado, que tem um plano de ensino que precisa ser cumprido à risca. 

Enfatizamos que o futuro professor, por meio dos estudos proporcionados nas reuniões semanais do PIBID e na interação com os alunos, também aprende e encontra formas de proporcionar reflexões aos sujeitos e com isso obtém um ensino produtivo que verdadeiramente pode somar na vida do indivíduo, o novo docente muda abordagens que não deram certo e com o contato direto com a escola aprende como é o desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico, PPP, de um livro de chamada, por exemplo, tendo assim uma vivência importante e uma aproximação às exigências do sistema escolar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OS GÊNEROS DISCURSIVOS E AS TIPOLOGIAS TEXTUAIS EM SALA DE AULA

Por: Ana Caroline dos Santos

Para um ensino produtivo de língua portuguesa, que verdadeiramente propicie a inserção de sujeitos críticos na sociedade, é fundamental que o trabalho seja desenvolvido em torno do texto. Conforme a função à qual se destina, o texto enquadra-se em uma certa modalidade de gênero textual ou discursivo.
Os gêneros discursivos, consoante as DCEs do Paraná (2008), são tipos relativamente estáveis de enunciados, que são adquiridos em processos de interação. Portanto, seu estudo não pode ser apenas fadado aos aspectos formais. Vale ressaltar que são os grupos sociais que criam esses gêneros e os utilizam com a finalidade de comunicar, persuadir, informar, agir sobre o interlocutor, entre outros.
Os conhecimentos adquiridos por meio de pesquisas acadêmicas mostram que os gêneros são uma alternativa adequada para trabalhar as diferentes manifestações da linguagem na sociedade. Ao tomar um gênero para o estudo em sala de aula, o professor pode proporcionar a leitura crítica e a produção de textos, bem como refletir sobre a estrutura do gênero e encaminhar atividades quanto à análise linguística.
No entanto, a realidade escolar está muitas vezes distante das mais inovadoras concepções como a dos gêneros discursivos. O contrário dessa alternativa é produzir textos para obter nota e ter como único interlocutor: o professor, que muitas vezes não retorna a produção textual para uma posterior reescrita. Os estudantes dos ensinos Fundamental e Médio são, na maioria das vezes, conduzidos a produzir blocos fechados de texto que não terão circulação social. Esses blocos são as tipologias textuais que podem ser: descritiva, narrativa, expositiva, argumentativa e injuntiva. Enfatizamos que, em algumas escolas, os discentes são guiados a acreditar que não existe uma interferência de uma tipologia na outra e que os estudantes devem produzir textos apenas narrativos ou apenas descritivos, por exemplo.
Outro dado é que mesmo um único gênero discursivo apresenta várias tipologias textuais, com predomínio de uma. Em um anúncio publicitário de um carro, por exemplo, podemos encontrar a tipologia expositiva, que mostra a imagem que a empresa quer passar do produto; a tipologia injuntiva, em que o predomínio de verbos no imperativo, como compr[e], us[e], experiment[e], que podem indicar uma ordem ou conselho ao consumidor; a tipologia argumentativa, que tenta convencer o sujeito de que aquele produto é muito bom e por isso deve ser consumido. Ressaltamos que essas tipologias estão imbricadas com uma finalidade específica: convencer o público-alvo a comprar o carro.
entre os gêneros e as tipologias textuais, conforme aponta Marcuschi (2008) (apud Greco, 2010), uma ligação de complemento e reunião. Lembramos também que os gêneros discursivos são utilizados no cotidiano e surgem da necessidade social. E as tipologias também podem apresentar características de gênero porque circulam no ambiente escolar, porém apresentam características fechadas e, como destaca Greco (2010), elas compõem internamente o gênero discursivo que são umamisturade tipologias.
Os gêneros discursivos são determinados pelas necessidades sociais de interação; por isso é importante que seja trabalhada essa perspectiva com os alunos, para que eles percebam que um texto sempre apresenta autor, objetivo, finalidade, conteúdo temático, público-alvo, estrutura composicional e estilo.

Referências
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
GRECO, Eliana Alves. Gêneros Discursivos e Tipologias Textuais. In: SANTOS, Annie Rose dos; GRECO, Eliane Alves; GUIMARÃES, Tânia Braga (orgs.). A produção textual e o ensino. Maringá: Eduem, 2010.