Para
um
ensino
produtivo
de
língua
portuguesa,
que
verdadeiramente
propicie
a
inserção
de
sujeitos
críticos
na
sociedade,
é
fundamental
que
o
trabalho
seja
desenvolvido
em
torno
do
texto.
Conforme
a
função
à
qual
se
destina,
o
texto
enquadra-se
em
uma
certa
modalidade
de
gênero
textual
ou
discursivo.
Os
gêneros
discursivos,
consoante
as
DCE’s
do
Paraná
(2008),
são
tipos
relativamente
estáveis
de
enunciados,
que
são
adquiridos
em
processos
de
interação.
Portanto,
seu
estudo
não
pode
ser
apenas
fadado
aos
aspectos
formais.
Vale
ressaltar
que
são
os
grupos
sociais
que
criam
esses
gêneros
e
os
utilizam
com
a
finalidade
de
comunicar,
persuadir,
informar,
agir
sobre
o
interlocutor,
entre
outros.
Os
conhecimentos
adquiridos
por
meio
de
pesquisas
acadêmicas
mostram
que
os
gêneros
são
uma
alternativa
adequada
para
trabalhar
as
diferentes
manifestações
da
linguagem
na
sociedade.
Ao
tomar
um
gênero
para
o
estudo
em
sala
de
aula,
o
professor
pode
proporcionar
a
leitura
crítica
e
a
produção
de
textos,
bem
como
refletir
sobre
a
estrutura
do
gênero
e
encaminhar
atividades
quanto
à
análise
linguística.
No
entanto,
a
realidade
escolar
está
muitas
vezes
distante
das
mais
inovadoras
concepções
como
a
dos
gêneros
discursivos.
O
contrário
dessa
alternativa
é
produzir
textos
para
obter
nota
e
ter
como
único
interlocutor:
o
professor,
que
muitas
vezes
não
retorna
a
produção
textual
para
uma
posterior
reescrita.
Os
estudantes
dos
ensinos
Fundamental
e
Médio
são,
na
maioria
das
vezes,
conduzidos
a
produzir
blocos
fechados
de
texto
que
não
terão
circulação
social.
Esses
blocos
são
as
tipologias
textuais
que
podem
ser:
descritiva,
narrativa,
expositiva,
argumentativa
e
injuntiva.
Enfatizamos
que,
em algumas escolas, os
discentes
são
guiados
a
acreditar
que
não
existe
uma
interferência
de
uma
tipologia
na
outra
e
que
os
estudantes
devem
produzir
textos
apenas
narrativos
ou
apenas
descritivos,
por
exemplo.
Outro
dado
é
que
mesmo
um
único gênero
discursivo
apresenta
várias
tipologias
textuais,
com
predomínio
de
uma.
Em
um
anúncio
publicitário
de
um
carro,
por
exemplo,
podemos
encontrar
a
tipologia
expositiva,
que
mostra
a
imagem
que
a
empresa
quer
passar
do
produto;
a
tipologia
injuntiva,
em
que
há
o
predomínio
de
verbos
no
imperativo,
como
compr[e],
us[e],
experiment[e],
que
podem
indicar
uma
ordem
ou
conselho
ao
consumidor;
a
tipologia
argumentativa,
que
tenta
convencer
o
sujeito
de
que
aquele
produto
é
muito
bom
e
por
isso
deve
ser
consumido.
Ressaltamos
que
essas
tipologias
estão
imbricadas
com
uma
finalidade
específica:
convencer
o
público-alvo
a
comprar
o
carro.
Há
entre
os
gêneros
e
as
tipologias
textuais,
conforme
aponta
Marcuschi
(2008)
(apud
Greco,
2010),
uma
ligação
de
complemento
e
reunião.
Lembramos
também
que
os
gêneros
discursivos
são
utilizados
no
cotidiano
e
surgem
da
necessidade
social.
E
as
tipologias
também
podem
apresentar
características
de
gênero
porque
circulam
no
ambiente
escolar,
porém
apresentam
características
fechadas
e,
como
destaca
Greco
(2010),
elas
compõem
internamente
o
gênero
discursivo
que
são
uma
“mistura”
de
tipologias.
Os
gêneros
discursivos
são
determinados
pelas
necessidades
sociais
de
interação;
por
isso
é
importante
que
seja
trabalhada
essa
perspectiva
com
os
alunos,
para
que
eles
percebam
que
um
texto
sempre
apresenta
autor,
objetivo,
finalidade,
conteúdo
temático,
público-alvo,
estrutura
composicional
e estilo.
Referências
PARANÁ.
Secretaria
de
Estado
da
Educação.
Diretrizes
Curriculares
da
Educação
Básica
Língua
Portuguesa.
Curitiba:
SEED,
2008.
GRECO,
Eliana
Alves.
Gêneros
Discursivos
e
Tipologias
Textuais.
In:
SANTOS,
Annie
Rose
dos;
GRECO,
Eliane
Alves;
GUIMARÃES,
Tânia
Braga
(orgs.). A
produção
textual
e
o
ensino.
Maringá:
Eduem,
2010.
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