Por: Andreia
Cristiane Masnei
Vivemos
em
uma
sociedade
na
qual
o
preconceito
linguístico
ainda
é
muito
forte
e
presente,
inclusive
no
ambiente
escolar,
onde
há
uma
super
valorização
da
língua
tida
como
padrão,
da
classe
dominante,
e
uma
desvalorização
das
demais
variedades,
utilizadas
pelas
demais
classes
sociais.
Na condição de educadores,
precisamos
repensar
essa
prática
e
tornar
o
ensino
um
lugar
menos injusto
e
mais igualitário,
no
qual
todos
tenham
os
mesmos
direitos.
Pensando
na
importância
de
trabalhar
com
a
variação
linguística
nas aulas de Língua Portuguesa e
a
importância
que
representa
para
o
aluno,
os
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
de
Língua
Portuguesa (PCNs) afirmam
que:
A
variação
é
constitutiva
das
línguas
humanas,
ocorrendo
em
todos
os
níveis.
Ela
sempre
existiu
e
sempre
existirá,
independentemente
de
qualquer
ação
normativa.
Assim,
quando
se
fala
em
Língua
Portuguesa,
está
se
falando
de
uma
unidade
que
se
constitui
de
muitas
variedades.
Embora
no
Brasil
haja
relativa
unidade
linguística
e
apenas
uma
língua
nacional,
notam-se
diferenças
de
pronúncia,
de
emprego
de
palavras,
de
morfologia
e
de
construções
sintáticas,
as
quais
não
somente
identificam
os
falantes
de
comunidades
linguísticas
em
diferentes
regiões,
como
ainda
se
multiplicam
em
uma
mesma
comunidade
de
fala
(BRASIL,
1998,
p.
29).
Com
isso,
percebe-se
que
o
professor
precisa
conhecer
o
fenômeno
da
variação
linguística
para
trabalhar
em
um
ensino
inclusivo,
onde
não
haja
preconceito
linguístico,
pois,
como
sabemos,
a
língua
não
é
um
produto
pronto
e
acabado,
mas
sim
sujeita
a
constantes
alterações
e
variações.
Afinal,
ninguém
é
igual
a
ninguém,
e
por
que
a
língua
deveria
ser
a
mesma
para
todos?
Jesus (2012, p. 8)
conclui que “trabalhar a variação linguística, no ensino da
língua, não significa o abandono do ensino da norma padrão, pelo
contrário a proposta é ampliar o repertório linguístico dos
usuários da língua para que todos os seus falantes possam transitar
tranquilamente nos momentos de interação.” Nessa mesma linha,
Bortoni-Ricardo nos diz que “É papel da escola, portanto,
facilitar a ampliação da competência comunicativa dos alunos,
permitindo-lhes apropriarem-se dos recursos comunicativos necessários
para se desempenharem bem, e com segurança, nas mais distintas
tarefas linguísticas.” (BORTONI-RICARDO, 2004, p. 74).
Conforme
salientamos, o
professor
de Língua Portuguesa tem
como
papel
fundamental
orientar
os
alunos
sobre
a
questão
das
variações
linguísticas
que
estão
presentes
dentro
da
sociedade,
seja
devido
ao
contexto
social,
regional,
faixa
etária,
entre
outros
fatores,
mostrando
o
valor
que
cada
variante
representa
para
a
sociedade.
Isso
não
significa
que
haja
um
abandono
da
língua
padrão,
ao
contrário,
o
objetivo
é
ampliar
a
competência
linguística
do
aluno
e
proporcionar
a
interação.
Entendemos
que
a
língua
padrão
trará
muitos
benefícios
ao
indivíduo
e é papel da escola, preconizado nos PCNs, o ensino dessa variedade
sem discriminação das demais.
Referências
BORTONI-RICARDO, S.
M. Educação em língua materna: a sociolinguística
na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004
BRASIL,
Secretaria
de
Educação
Fundamental:
Parâmetros
Curriculares
Nacionais,
terceiro
e
quatro
ciclos
do
ensino
fundamental.
Língua
Portuguesa.
Brasília:
MEC/SEF,
1998.
JESUS,
Ariosvaldo
Leal
de.
Variação
lingüística
e
ensino:
contribuições
da
sociolinguística
para
a
sala
de
aula.
ANAIS
ELETRÔNICOS
III
ENILL
-
Encontro
Interdisciplinar
de
Língua
e
Literatura.
Itabaiana/SE:
Vol.03,
2012.
Disponível
em:
http://200.17.141.110/pos/letras/enill/anais_eletronicos/2012/III_ENILL_Ariosvaldo_Leal.pdf
.
Acesso
em
23/09/2015.
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