sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O compromisso de formar leitores

Por Letícia Palamar

Há tempos, a leitura era entendida apenas como um ato de decodificação, em que letras se convertiam em sons. Por esse motivo, as escolas formaram leitores que não compreendiam os textos, embora os decodificassem. Esta ainda é uma triste realidade do país e da educação brasileira: muitos “leitores” “sabem ler”, mas não sabem interpretar aquilo que leem.

Nas aulas do PIBID, vivenciamos a realidade dos alunos quanto ao hábito da leitura. A escola tem uma pequena biblioteca, mas rica em livros. Os alunos podem emprestar livros para leitura, pois dessa maneira o colégio parceiro do PIBID acredita despertar em seus alunos o gosto pela leitura. Porém, nem todos gostam de ler. Muitas vezes, em nossas aulas, observávamos que alguns alunos estavam com algum livro em mãos e quando dizíamos que já havíamos lido alguns desses livros, os alunos mostravam interesse, pois a “professora já leu o livro”. Partindo desses pressupostos, percebi que é fundamental que o professor seja um leitor de fato.

Demonstrar interesse desperta interesse e é aí que entra o papel do professor. Como sabemos, muitos professores são vistos como “espelho” por parte dos alunos e se esse professor demonstrar que está interessado que o aluno leia, a questão de formar leitores fica mais fácil. Muitos alunos não têm o hábito de leitura porque os pais não têm esse costume, porque, ao chegarem em casa, precisam ajudar os pais com o trabalho ou simplesmente porque a leitura não faz parte da cultura da família. Desse modo, quando alguém se importa com o jovem, incentivando-o a ler, ele percebe que está sendo “notado” por aquilo que faz. Ademais, o comprometimento do professor, principalmente de português, de formar novos leitores deve ser firmado por toda comunidade escolar. O primeiro passo, a meu ver, é o professor ser leitor, ou seja, amar a leitura e passar isso aos alunos em suas aulas. 

A partir do momento que o professor mostra sua a paixão pela leitura e mostra que se interessa com o aluno, outras estratégias podem ser seguidas, as quais, se bem aplicadas, terão resultados significativos. Primeiramente, o professor pode ensinar ao aluno que ele precisa selecionar conteúdos que interessem a ele, pois cada um tem sua preferência; depois levantar hipóteses sobre o que o texto vai falar adiante, levando em conta o que já foi lido; outro passo, ainda, é fazer com que o futuro leitor compreenda que ele precisa fazer inferências. Ainda, o professor pode mostrar que é de extrema importância, por parte do leitor, a atitude de reavaliar suas estratégias, dando seguimento a essas estratégias ou mudá-las. Por fim, o aluno deve compreender que ele pode rever suas hipóteses.

Enfim, os objetivos que levam alguém a ler (ou não) são vários. Algumas pessoas leem porque buscam informações, outras para aprenderem, outras, ainda, porque querem conhecer outras formas de pensar, alguns para “sonhar”ou para se divertir, mas o que importa mesmo, de verdade, é a leitura feita por prazer, o que é muito difícil de se atingir, mas quando você observa que alcançou este objetivo e “formou” um leitor, ou ainda motivou com seu exemplo alguém a ler, não existe moeda no mundo que pague.

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