O
filme
Entre
os
muros
da
Escola
(Direção:
Laurente
Cantet.
Produção:
Caroline
Benjo
e
Carole
Scott.
Paris
Imovision,
2008,
DVD) conta
a
história
da
rotina
de
uma
escola
na
periferia
de
uma
cidade
francesa.
São
mostradas
reuniões
pedagógicas
em
que
muitos
professores
apresentam
opiniões
diversas
sobre
comportamento
e
avaliação;
alguns
são
mais
inovadores
e
outros
mais
conservadores.
É
amplamente
enfatizado
o
ritmo
de
sala
de
aula,
que
apresenta
conflitos
entre
os
alunos
oriundos
de
várias
etnias
e
do
posicionamento
do
professor
de
francês
François
Marin.
Com
relação
à
história
desse
reflexivo
filme,
temos
uma
classe
bastante
agitada,
com
rivalidades
e
opiniões
diversas
sobre
os
fatos. No
decorrer
dessa
obra,
há
uma
cena
que
desencadeia
todo
um
conflito:
duas
representantes
da
turma
frequentam
uma
reunião
dos
professores.
Entretanto,
não
aproveitam
essa
oportunidade
para
defender
os
interesses
da
turma,
demonstrando
um
comportamento
totalmente
inadequado:
conversam
entre
elas,
dão
muitas
risadas.
Em
aula,
posterior
a
essa
reunião,
o
professor
bastante
irritado
repreende
as
garotas
e
afirma
que
elas
se
comportaram
como "vagabundas".
Nesse
momento,
as
meninas
contam
o
que
foi
falado
na
reunião
e
isso
desencadeia
uma
grande
briga.
Souleymane,
que
não
traz
o
material
e
tinha
conflitos
com
o
educador
e
com
seus
colegas,
briga
mais
uma
vez
e
Marin
o
acompanha
para
que
vá
conversar
com
a
pedagoga.
Em
seguida,
é
elaborado
um
documento
que
contém o relato do episódio
citado
acima.
Porém,
o
professor
omite
que
chamou
as
alunas
de "vagabundas"
e
quando
é
chamado
pelas
pedagogas,
após
as
meninas
contarem
o
que
o
docente
havia
dito,
ele
não
justifica
a
circunstância,
nem
o
que
realmente
disse
e
muito
menos
o
contexto
em
falou
essa
expressão.
O
filme
mostra,
especialmente
nessa
cena,
que
na
escola
não
existem
vilões
ou
heróis
e
sempre
há
os
dois
lados:
os
alunos
se
comportam
do
modo
como
foram
educados
em
suas
casas
e
eles
muitas
vezes
estão
revoltados
em
virtude
do
que
passam:
violência,
desigualdade
social;
o
professor
está
estressado
porque
há
um
desinteresse
total
da
turma.
Fica
evidente
o
alerta
para
que
os
educadores
sempre
analisem
o
que
acontece
em
sala
de
aula
e
tenham
discernimento
na
hora
de
agir,
pensando
sempre
nas
consequências.
Outro
fato
de
bastante
relevância
é
de
uma
cena
em
que
o
educador
aborda
as
meninas,
no
pátio
da
escola,
na
hora
do
recreio,
e
afirma
que
sabe
que
elas
contaram
sobre
o
que
foi
dito
por
ele
em
sala
de
aula.
Nesse
momento
os
expectadores
do
filme
são
conduzidos
a
pertinentes
reflexões
acerca
da
relação
de
respeito
mútuo
que
deve
acontecer
entre
professor
e
aluno.
O
primeiro
grau
de
respeito
exige
que
o
docente
não
ceda
a
provocações
e
muito
menos
tire
satisfações
com
seus
alunos
por
algum
motivo,
pois
deve
enxergar
os
fatos
de
cima,
mas
para
isso
precisa
de
momentos
de
silêncio
para
que
meça
e
pense
em
seus
atos.
O
segundo
grau
de
respeito
é
percebido
quando
as
aulas
são
preparadas
com
conteúdos
que
realmente
somarão
na
vida
dos
sujeitos. No
caso
de
professores
de
língua-materna, isso
implica
em
não
ensinar
norma
padrão
fora
de
um
contexto
específico
como
Marin
ensinava
– percebemos
esse
método
nas
cenas
em
que
ele
passava
as
atividades
no
quadro.
Ressaltamos
também
que
o
docente
não
tentava
valorizar
as
respostas
que
os
alunos
davam;
se
elas
não
eram
as
esperadas,
eram
desconsideradas,
quebrando
o
vínculo
que
poderia
ser
criado
entre
o
docente
e
os
discentes.
Posteriormente,
o
aluno
que
foi
direcionado à sala
da
pedagoga é
expulso
da
escola.
Esse
fato
aponta
para
uma
grande
realidade
presente
em
algumas
escolas
em
que
o
problema
é
tirado
de
seu
campo
de
visão,
mas
não
é
acionada
a
ajuda
de
psicólogos,
família
ou
mesmo
um
encaminhamento
do
jovem
para
outra
atividade,
a
fim
de
estimulá-lo
e
conhecê-lo.
E,
com
isso,
o
sujeito
permanece à mercê
de
seus
problemas
e
frustrações.
Com
relação
aos
conflitos
existentes
em
sala
de
aula,
podemos
transpor
essa
realidade
para
o
Brasil
em
plena
era
contemporânea.
Vivemos
em
um
imenso
multiculturalismo,
pois
temos
diversos
imigrantes
nos
municípios
desse
país,
com
culturas
diferentes
e
se
analisarmos
também
os
choques
entre
as
classes
sociais,
veremos
que
a
tolerância
e
o
respeito
à
opinião
do
outro
devem
ser
amplamente
discutidas e praticadas.
Indicamos
"Entre os muros da escola" a
todos
os
futuros
professores,
aos
pais
de
alunos
e
àquelas
pessoas
que
querem
refletir
sobre
o
dia
a
dia
de
um
colégio,
pois
entendemos
que
antes
de
criticar
uma
realidade
é
preciso
conhecê-la
e
esse
filme
consegue
fazer
uma
aproximação
do
que
realmente
acontece
nas
escolas.
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