Por: Lorena Reck Portela Rebesco
A leitura do texto “Ortografia
nas séries iniciais do ensino fundamental”, de Edson Carlos
Romualdo e Kelly Priscila Lóddo Cezar, permitiu uma imensa ampliação
de horizontes acerca da temática da ortografia.
Meu conhecimento sobre o tema se
restringia à memorização das regras ortográficas. O que não se
encaixava nessas regras era decorado por meio da leitura de textos,
de modo que com o tempo a grafia correta da palavra era assimilada.
Com a leitura do artigo, algumas regras foram relembradas e novos
conhecimentos foram adquiridos.
A meu ver, a principal mensagem
dos autores consiste no fato de que “o ensino de conteúdos
ortográficos não deve se restringir à simples memorização, mas
se basear em um trabalho de reflexão que envolve professor e
alunos”. E, sobre essa questão, é imprescindível que o professor
tenha uma postura de facilitador do conhecimento e aprendizagem. Como
bem salientam os autores, é preciso deixar o uso da metalinguagem
para um segundo plano, pois muitas vezes um vocabulário muito
técnico ou “mais difícil” pode afastar o aluno ou passar a
impressão de que o conhecimento de ortografia é algo muito
complexo.
Nesse sentido, esclarecem:
(...)
os alunos não precisam dominar a nomenclatura gramatical,
exprimindo-se com palavras como, adjetivos, sufixos, subjuntivo, etc.
Nesse momento, para o aluno, conseguir refletir sobre o problema e
elaborar a regra, ainda que seja com suas próprias palavras, é mais
importante do que simplesmente repetir uma fórmula com palavras que
ele não compreende. (...) A nomenclatura gramatical pode ser
introduzida aos poucos. (...) Por exemplo, para elaborar uma regra
sobre o uso do –esa, o aluno pode fazê-lo dizendo que “a gente
usa o –esa quando quer mostrar o lugar de onde as pessoas
nasceram”, nesse momento, o professor não precisa transformar a
fala/regra dos alunos em “o sufixo –esa é empregado no processo
de derivação para indicar origem ou procedência. (p. 81)
O trabalho também se mostrou
muito interessante porque trouxe alguns ensinamentos contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs. Em síntese, este documento preconiza que o trabalho deve ser
fundamentado em duas estratégias didáticas. Primeiramente é
preciso identificar as regularidades, ou seja, entender quais são as
regras e como elas funcionam. Por exemplo, é uma regra que as letras
“qu” terão sempre o som de /k/ quando seguidas das letras “i”
e “e”, como ocorre em “quilo” e “queijo”. Num segundo
plano, é necessário expor aos alunos as irregularidades, explicando
que essas devem ser memorizadas, de modo que as mais frequentes devem
ser trabalhadas com maior intensidade e assimiladas o quanto antes.
Por exemplo, palavras como “homem” e “hoje’ são mais
frequentes que “heurístico” e “hipercromia”.
Também foi muito importante
compreender que o trabalho com ortografia pode ser desenvolvido a
partir de textos e também de palavras, não necessariamente
vinculadas a um texto. Nesse sentido, os autores esclarecem que é
preciso fornecer diversos materiais impressos aos alunos, pois as
crianças necessitam conviver com os modelos nos quais apareça a
norma ortográfica.
Ainda, foi interessante aprender
em que momento o ensino de regras ortográficas deve começar na vida
do aluno. Para os autores, isso é recomendado a partir do momento em
que a criança estiver compreendendo o sistema de escrita alfabético,
ou seja, depois que estiver lendo e escrevendo alguma coisa. Antes de
traçar metas sobre o plano de ensino, cabe ao professor fazer uma
sondagem para verificar quais são as principais
dificuldades de sua turma.
Por fim, Romualdo e Cezar trouxeram formas muito interessantes sobre como trabalhar ortografia.
Entre os exercícios propostos, chamou a atenção o ditado
interativo, a releitura com focalização, a construção de quadros
de regras e a construção de listas com palavras mais importantes e
usadas no dia a dia.
No ditado interativo o professor
dita um texto para a turma, fazendo diversas pausas e convidando os
alunos para a discussão de determinadas questões ortográficas. Na
reescrita com focalização, o professor faz uma leitura coletiva e
questiona os alunos a respeito da ortografia de determinadas
palavras. Na construção do quadro de regras o professor pede que os
alunos, com suas próprias palavras, construam regras em um quadro
coletivo.
Enfim, a leitura do texto se
mostrou muito produtiva, pois trouxe conhecimento a respeito das
regras ortográficas e das melhores formas de ensiná-las aos alunos.
Sem dúvida, é um material que será constantemente consultado na preparação de nossos planos de aula.
Referência:
Referência:
ROMUALDO, E. C.; CEZAR, K. P. L. Ortografia nas séries iniciais do ensino fundamental. In: SANTOS, A. R. dos; ROMUALDO, E. C.; RITTER, L. C. B. Letramento e escrita. Maringá: Eduem, 2010.
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