Por: Flávia Vieira (ex-pibidiana. Atualmente é professora de Língua Portuguesa)
Ao ingressar no curso superior
de Licenciatura em Letras Português, as expectativas eram muitas,
desde a curiosidade de como seria o mundo acadêmico, “se” e
“como” iríamos “aprender” a dar aula, se o curso baseava-se
no ensino de gramática, etc. até os medos das falhas, os receios
dos erros, as dúvidas em relação à forma correta de fazer as
coisas, enfim, coisas novas, pessoas novas, ambiente novo... . Tudo
isso para ser desvendado a cada aula, a cada dia, a cada semestre, a
cada ano... .
Depois, já familiarizados com
o universo acadêmico, a grande questão que veio à tona foi “e
quando eu for para sala de aula?” Novamente surgiu "um mix" de sentimentos:
medo, ansiedade, curiosidade. No entanto, esse contato com a escola
demora um pouco a acontecer, além disso, o tempo de atuação não é
muito longo, o que não nos permite entender, de fato, o
funcionamento da escola, das aulas, e, principalmente, não
proporciona muito contato com os alunos. É aí que o Pibid faz a
diferença!
Minha experiência com o
Pibid:
No segundo ano da faculdade
ingressei no Pibid, logo que soube acerca do funcionamento
(objetivos, modo de trabalho) fiquei interessada, pois sabia que
seria importante para minha formação.
Já no início, me
surpreendi com os relatos das pibidianas veteranas sobre como
procediam em sala de aula, fiquei cada vez mais entusiasmada para
chegar logo o dia de eu “debutar” na escola, não como aluna, mas
como professora em formação.
Depois de um trabalho muito
bem orientado, elaboração de planos de aula e observações
realizadas na escola parceira, chegou o grande dia, a primeira aula
ministrada por minha colega e eu (atuamos em dupla), e, ao final
dessa aula, tive certeza de que era isso mesmo que eu queria, que ser
professora era minha vocação e, certamente, eu ia amar tudo aquilo.
Os anos passaram, e eu
continuei no projeto. Houve troca de coordenadora, de supervisora, de
colegas, de duplas, porém, todos com suas competências. Durante
esse período, fui acompanhada por planos de aula, os quais eram
refeitos quantas vezes fossem necessárias até ficarem bons;
participações em eventos, essenciais para “engordar” o lattes e
nos ensinar sempre algo a mais; discussões acerca de temas
importantes para nossa formação e que a grade do curso não dava
conta, MUITO conhecimento adquirido, experiências que serão levadas
para o resto da vida.
Outra contribuição
importante do PIBID é que ele oportuniza aos bolsistas maior contato
com os alunos, visto que, em nosso projeto, trabalhamos com uma turma
o ano todo, preparamos, juntamente com a coordenadora e a supervisora
e atendendo as necessidades da turma, os projetos temáticos e os
aplicamos em um determinado tempo. Dessa forma, ampliamos nosso
contato com a turma, participamos de todo o processo, desde a
apresentação da temática até a reescrita, entendemos melhor o
funcionamento da escola e não aprendemos somente a “dar aula”, mas
adquirimos conhecimentos que nos permitem orientar nossa prática e
fazer-nos sentir que é possível sim fazer um bom trabalho, ser uma
boa professora e, sobretudo, acreditar na educação!
Durante os três anos que
participei do projeto, aprendi muito, me decepcionei quando as coisas
não deram certo, chorei, sorri, fiz laços de amizade, aprendi a
valorizar o outro, especialmente os alunos, e quando digo que
aprendi, não são apenas as teorias, as quais, aliás, foram
essenciais, me refiro também a saber me posicionar diante das
circunstâncias, a ser mais crítica, mais responsável, a procurar
sempre melhorar e, especialmente, a amar e me dedicar cada dia mais
à docência!
Por fim, posso dizer àqueles
que tiverem a oportunidade de participar do Pibid “aproveitem cada
momento, cada ensinamento, cada detalhe, pois, o projeto faz
diferença em nossa formação, nos dá a sensação de que somos
capazes de fazer um bom trabalho e de crescer cada dia um pouco
mais”. E aproveitem também porque depois que acaba dá uma saudade
que vocês nem imaginam!!!