sexta-feira, 24 de abril de 2015

Entre a Universidade e a Escola: o Pibid é uma ótima opção

Por: Flávia Vieira (ex-pibidiana. Atualmente é professora de Língua Portuguesa).

O sonho de muitos é ingressar em um curso superior, alguns optam pela docência, no entanto, nem tudo acontece conforme se imagina e podem ser encontradas muitas “pedras” no caminho.
Talvez a maior dificuldade encontrada pelos professores seja a falta de uma "ponte" entre o que é ensinado na Universidade e a realidade da escola, nomeadas por Neves (2002) como “encruzilhadas do diabo“, “uma situada na “casa” de partida- a Faculdade – e outra na “casa” de chegada  a escola de ensino fundamental e médio” (p. 265).
Tomando como exemplo o curso de Letras, podem ser apontados alguns “empecilhos” para que essa “ponte” aconteça de forma satisfatória.
Durante a formação docente em Letras Português estuda-se Fonética, Linguística, Literatura Portuguesa, Brasileira, Universal, etc. Todas essas disciplinas são úteis para orientar o trabalho posterior em sala de aula, a “prática” ou transposição didática, no entanto, nem sempre é explorada pelos professores. Além disso, a escola é heterogênea, com regras próprias em cada instituição, carga horária e conteúdos a serem seguidos e torna-se difícil, sozinho, juntar teoria e prática, coisas que deveriam sempre andar juntas.
Para muitos, ainda na Universidade, há o desejo de mudança, de inovação, aliados às críticas ao tradicionalismo e, quando chega o dia de "debutar" na escola, vem a decepção, a sensação de impotência perante a realidade tão diferente do que foi visto e postulado durante o curso superior.
Além disso, a Universidade parte do pressuposto de que os alunos que ingressam no curso de Letras já possuem uma considerável bagagem de leitura e conhecimentos gramaticais, o que, na maioria das vezes, não ocorre. Como consequência há uma série de dificuldades ao longo do curso e, depois de formados, no desempenho da profissão.
Há também outro fator que não pode ser esquecido: “a desvalorização do professor”, tanto por parte do governo, que paga muito pouco para um profissional formado em curso superior; das Instituições de ensino básico, que muitas vezes não dão estrutura, não motivam nem colaboram para que o professor continue pesquisando e inovando; e também por parte dos alunos, que, muitas vezes, agem com falta de educação e/ou de respeito.
Todos esses “detalhes” prejudicam o bom funcionamento do planejamento do professor, e, consequentemente, das aulas.
Diante disso, há que se pensar em possíveis soluções para esses problemas, maneiras de diminuir esse hiato que existe entre a Universidade e a realidade escolar, visando atrair cada vez mais pessoas interessadas na carreira docente e, também, fazer com que teoria e prática caminhem sempre juntas.
É nesse sentido que o PIBID contribui, pois permite muito mais contato com a realidade escolar do que o contato proporcionado pelo Estágio Supervisionado, cujas horas de atuação são relativamente poucas levando em consideração todas as experiências que precisam ser aprendidas e vivenciadas na escola.
Por fim, pode-se perceber que o PIBID ajuda a construir essa "ponte" entre a Universidade e a Escola, tornando a profissão de professor mais entusiasmante, mesmo em meio a tantas pedras no caminho, pois esse importante Projeto nos ajuda a saber o que fazer com elas.

Referência
NEVES, M.H.M. A Gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: UNESP, 2002.


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