sábado, 17 de outubro de 2015

Avaliações da Educação Básica e o ensino da leitura e da escrita

Por: Reguina Drewnowski


Constantemente, vemos nos jornais referências sobre a educação brasileira, entidade muito visada, questionada, pela população, pela mídia, pela sociedade. Temos um plano nacional para cumprir, temos metas a alcançar.

Um problema grande é a miopia dos órgãos responsáveis pela educação, que muitas vezes não a percebem como um processo, um todo, em que as medidas devem ser tomadas em todos os níveis de ensino, porque estes estão interligados para favorecer uma formação consistente para os cidadãos. Mas, quem sabe, futuramente podemos ser surpreendidos?

O jornal O Globo, por exemplo, em uma reportagem do mês de julho de 2014, divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) com a mancheteIdeb fica abaixo da meta no ensino médio e no ciclo final do fundamental. Todos sabemos, também por meio destas pesquisas, a gravidade dos problemas da educação brasileira.

Avaliações da Prova Brasil, Pisa, Avaliação Nacional de Alfabetização, ao divulgar os resultados das últimas avaliações sobre a educação brasileira, revelam os problemas no ensino da leitura e da escrita. Grande parte dos alunos não consegue localizar com facilidade informações explícitas em textos. Quanto à escrita, os alunos não conseguem desenvolver textos coerentes que condizem com o nível em que estão estudando. Até onde se pode concluir, temos um índice baixo de aprendizagem, muitos analfabetos funcionais.

Esta realidade tão dura está presente no dia a dia dos professores em sala de aula. Para mudar este fato, algumas medidas podem ser tomadas, como, por exemplo, o incentivo à leitura em todas as séries escolares.

Segundo os PCN (1998), a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita.

Na mesma perspectiva, Antunes (2003) afirma que a leitura é uma atividade de interação entre sujeitos e supõe muito mais que a simples decodificação dos sinais gráficos. É pela leitura que o sujeito apreende vocabulários dos gêneros, padrões gramaticais, formas de organização sequencial, de apresentação dos vários tipos de textos, ampliando, assim, a competência de escrita.

A leitura e escrita são duas atividades de interação que assumem um importante papel na vida de qualquer indivíduo. Conhecendo o poder da leitura de desenvolver a criatividade e a criticidade dos leitores e pensando na perspectiva de melhorar a qualidade de leitura e escrita dos estudantes brasileiros, os trabalhos com essas práticas de linguagem devem ser intensificados em sala de aula.

Para que a interação aconteça, é necessário que a leitura seja apresentada de uma forma dinâmica, para seduzir os alunos. Os alunos precisam sentir os livros, no sentido de manusear, folhear, observar as imagens, as palavras, todas as informações que um livro possa trazer. O professor pode contar histórias, apresentar gêneros de textos diferentes, favorecendo o diálogo do leitor com o texto, oferecendo ao aluno condições de desenvolver estratégias próprias de leitura. Essas iniciativas devem estar ligadas e adaptadas às realidades dos educandos.

Como foi dito, a primeira e maior falha está na desarticulação das ações que visam à melhoria do ensino. O que deve ser feito é investir ao mesmo tempo em todos os níveis, pois todos estão interligados. É necessário valorizar a educação infantil e as primeiras séries do ensino fundamental, para que essas etapas proporcionem uma sólida formação aos alunos e as notícias sobre a educação brasileira sejam mais positivas.

REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Aula de Português: Encontro. & Interação. São Paulo: Parábola, Editorial, 2003.


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