Não
é recente a concepção de aula de português como forma de ampliar
os conhecimentos dos falantes e orientá-los a adequar seus discursos
à situação comunicativa. No entanto, ainda é possível observar
que existe uma grande dificuldade em mudar o foco do estudo da língua
para questões que impliquem no progresso da escrita e em melhorias no
posicionamento crítico do sujeito perante as diversas situações
que o circundam.
Souza (2015) discute em seu texto as
concepções de diversos autores sobre o enfoque dado à gramática
normativa nas aulas de língua portuguesa. Além de conteúdos
“enfadonhos”, como a autora bem cita, há ainda o reflexo no
vestibular. A cada ano, o número de redações zeradas nas provas
seletivas reforça a afirmação de que o trabalho da escola não
está ocorrendo a contento.
É
importante
reiterar,
assim
como
Souza
o
faz,
que
as
regras
gramaticais
não
precisam,
e
nem
podem,
ser
excluídas
da
escola.
Elas
são
tão
importantes
como
qualquer
outro
conteúdo
e
o
que
se
espera,
todavia,
é
que
sejam
revisitadas
sua
finalidade
e
abordagem,
de
forma
que
o
aluno
perceba
qual
é
o
sentido
da
gramática
e
de
que
forma
ela
contribui
na
construção
de
textos
orais
e
escritos.
O
termo
“análise
linguística”,
de
acordo
com
Souza,
foi
cunhado
por
Geraldi
em
2003
e
diz
respeito
ao
estudo
da
gramática
por
meio
da
leitura
e
da
produção
textual
dos
alunos.
Ou
seja,
a
partir
de
textos
lidos,
discutidos
e
produzidos
dentro
de
sala
de
aula,
em
situações
o
mais
reais possíveis,
é
que
os
elementos
gramaticais
vão
sendo
explorados,
permitindo
que
os
discentes
percebam
os
reais
empregos
das
regras.
Deixa-se
de
lado,
portanto,
as
frases
isoladas
que
por
tanto
tempo
foram
discutidas
à
exaustão.
Muniz
e
Raupp (2015) listam
alguns
itens,
citados
por
Mendonça
(2006),
sobre
as
diferenças
entre
gramática
normativa
e
análise
linguística.
Dentre
estes,
podemos
destacar
um
que é
de
extrema
relevância
para
o
trabalho
em
sala
de
aula:
enquanto
na
gramática
normativa
o
foco
está
inteiramente
na
palavra,
frase
ou
período,
na
análise
linguística
o
objeto
de
estudo
é
o
texto.
A
partir
do
estudo
do
texto
como
um
todo,
fica
mais
fácil
perceber
de
que
forma
as
partes
se
organizam,
formando
um
conjunto
de
elementos
cruciais
para
a
compreensão
do
texto.
Dessa
forma,
os
indivíduos
percebem
a
real
função
de
determinada
classe
gramatical,
das
regras
de
acentuação
e
pontuação
e
da
temida
regência.
Referências:
MUNIZ,
Vanessa
Christine;
RAUPP,
Eliane
Santos.
Ensino
de
Gramática
ou
Análise
Linguística?
Será
que
essa
escolha
é
necessária?
Disponível
em:
http://sites.uepg.br/conex/anais/artigos/282-1582-1-DR-mod.pdf.
Acesso
em
23
de
dez
de
2015.
SOUZA,
Sirlene
Barbosa
de.
Ensino
de
Análise
Lingüística:
O
que
é
mesmo?
Como
se
faz?
Disponível
em:
http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem13/COLE_3868.pdf.
Acesso
em
23
de
dez
de
2015.
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