sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Novo Acordo Ortográfico?
A dica de leitura de hoje, 28/12/12, é voltada para um assunto de extremo interesse aos interessados em lingua(gem). Trata-se da notícia, propagada pela mídia, de que o governo federal vai prorrogar o prazo de transição para entrarem em vigor as regras do Acordo Ortográfico aprovado em 2008, via decreto presidencial.
No site http://www.stellabortoni.com.br/ um texto esclarecedor da linguista, professora da UnB e autora do site, Stella Maris Bortoni-Ricardo, intitulado "E o Acordo Ortográfico?", cuja leitura e análise indicamos.
Para acompanhar o que vem sendo noticiado pela imprensa brasileira, indicamos o texto da Folha de São Paulo: "Governo adia novo acordo ortográfico para 2016", de Fernanda Odilla e Flávia Foreque, disponível em:
Boa leitura!

Conversando a respeito de variações linguísticas em sala de aula

                             
Segundo Bagno (2009), há uma tendência muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português. Partindo desta afirmação, observamos que as variações linguísticas raramente são trabalhadas em sala de aula, o que ocorre com frequência é o ensino exagerado de gramática, não havendo espaço para a reflexão sobre a língua. Desta forma, nós, integrantes do PIBID, trabalhamos com turmas do Ensino Médio, o tema  variações linguísticas.
Para a realização desta aula, trouxemos uma dinâmica inicial com o texto:
Assaltante Nordestino
Ei, bichim...
Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem se cague e nem faça bagunça...
Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim senão enfio o peixeira no teu bucho e boto teu pra fora!”
Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome de moléstia...

Assaltante Mineiro
Ô sô, prestenção... Isso é um assalto, uai...
Levanta os braços e fica quetin que esse trem na minha mão tá cheio de bala...
Mió passá logo os troado que eu num tô bão hoje.
Vai andando, uai! Tá esperando o que uai!

Assaltante Gaúcho
Ô guri, ficas atento... Báh, isso é um assalto.
Levantas os braços e te quieta, tchê.
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

Assaltante Carioca
Seguiiinnte, bicho ... Tu te ferrô. Isso é um assalto...
Passa a grana e levanta os braço rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem...
Vai andando e se olhar pra trás vira presunto...

Assaltante Baiano
Ô meu rei... ( longa pausa)
Isso é um assalto... (longa pausa)
Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa)
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho... (longa pausa)
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta, meu irmãozinho, (longa pusa)
Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante Paulista
Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... alevanta os braços, meu.
Passa a grana logo, meu...
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Curintia, meu... Pô, se manda, meu...
(Disponível em:
http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/escolaintegral/pdf/Oficina3_VariacaoLinguistica.pdf)

Em seguida, conversamos com os alunos a respeito das variações linguísticas (o que são, por que ocorrem, como ocorrem), também discutimos a questão do preconceito linguístico, temas, até então, por eles desconhecidos.
Para ilustrar e completar ainda mais a discussão, trouxemos a melodia e a letra das canções:

Deixando o pago (Vitor Ramil)
Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china

Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta
Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona

Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
E ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada [...]
(Disponível em: http://letras.mus.br/vitor-ramil/200615/)


Assum preto (Luíz Gonzaga)
Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.
(Diponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47082/)


Saudosa Maloca  (Adoniran Barbosa)
Si o senhor não "tá" lembrado
Dá licença de "contá"
Que aqui onde agora está
Esse "edifício arto"
Era uma casa véia
Um palacete assombradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímo nossa maloca
Mais, um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os homi c'as ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemo todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Aprecia a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas
Saudosa maloca,maloca querida,
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossas vidas.
(Disponível em: http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/)


Podemos afirmar que as aulas tiveram êxito. Os alunos demonstraram interesse e participaram nas atividades propostas. Além disso, nós, pibidianos, também nos sentimos gratificados de ter a oportunidade de trabalhar com variações e preconceito linguístico, tema amplamente discutido no âmbito universitário do curso de Letras. Assim, pudemos ver laços entre teoria e prática.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Dicas de Leitura


Sejam bem-vindos à coluna "Dicas de Leitura".

Este
espaço é destinado à indicação de leituras diversas que contribuem  à formação dos alunos do Pibid, nossos futuros professores-promissores  de Língua Portuguesa, e a todos os leitores interessados na e pela lingua(gem). Boa leitura e boa reflexão a todos!


Não por acaso, escolhemos o dia 21/12/12 para inaugurar esta coluna, e adivinhem por quê? Pois é, (...) e o mundo não acabou. Que tal, então, promovermos uma mudança em nossos 'hábitos televisivos' e nos dedicarmos mais à leitura e à reflexão de bons textos?
Nossa primeira sugestão, para alcançarmos esta meta, é o texto "Uma nota sobre leitura", do linguista, professor titular da UNICAMP e colunista da Carta Capital, Sírio Possenti (disponível em: http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/uma-nota-sobre-leitura/?autor=594).
Na "nota", Possenti nos faz refletir a respeito da importância de se dosar em um texto "elementos conhecidos e elementos novos" (o que nos remete à  importância do 'conhecimento prévio' e também à 'estrutura tópico-comentário'). Quer aprofundar a leitura e entender em que consiste esta estrutura? Então leia o artigo:  "Estrutura tópico-comentário, a tradição gramatical e o ensino de redação". O texto pode ser acessado neste endereço: http://www.filologia.org.br/soletras/20/05.pdf.
Até a próxima!


Produção científica - bolsista PIBID

Por meio do PIBID, os acadêmicos são incentivados a realizar pesquisas e produções científicas.
O ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa em sala de aula, as atividades desenvolvidas com os alunos durante o ano tornam-se um espaço de grande relevância para as pesquisas dos bolsistas do PIBID.

Aqui, apresento um artigo científico, resultado de atividades desenvolvidas em sala de aula no âmbito da avaliação de textos escritos em Língua Portuguesa.

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO ESCRITA: UMA PERSPECTIVA DIALÓGICA

(Disponível em: http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20da%20produ%C3%A7%C3%A3o%20escrita.pdf)

(Artigo publicado na Revista Encontros de Vista, décima edição - ISSN 1983-828X)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Como levar a poesia para a sala de aula?


A poesia pode nos dar uma aula dinâmica e interessante, por meio do tema da poesia escolhida o professor pode desenvolver outras atividades como dramatizações, produções textuais, ilustrações e interpretações. A poesia leva o aluno ao mundo da imaginação e ao conhecimento de outros gêneros textuais, tudo dependerá de como o professor resolver planejar sua aula..
Como sabemos, a poesia quando foi criada era cantada.. Ela possui um ritmo e uma sonoridade, então pode ser transformada em uma música. Pensando nisso, que tal  levar poesias que já foram cantadas por cantores conhecidos para a sala de aula?
Como exemplo: "Pela Luz dos Olhos Teus" é uma música escrita por Vinicius de Moraes, "A Casa" é uma poesia infantil de Vinicius de Moraes e é também uma música muito conhecida, esse poeta atende a diversas idades. É uma ótima opção para o ensino fundamental e também para o ensino médio!
Você professor pode propor aos alunos que, durante a aula de poesia, eles produzam a sua própria poesia, pois assim entenderão melhor a estrutura desse gênero. Mas para que esta atividade torne-se ainda mais interessante, leve papeis coloridos, tinta guache, cola colorida e etc. Enfim, explore os recursos que podem despertar a criatividade do aluno, pois poesia é cor, brincadeira, coisa séria, música, lição de vida e pode ser um despertar da criatividade do aluno.
Deixo a dica de poesias de Vinicius de Moraes pois é um poeta brasileiro, muito conhecido e completo, mas  o professor poderá escolher outros poetas como Cecília Meireles, Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, entre outros.
Além da sala de aula, a aula de poesia pode ser expandida para toda a escola. Outra dica interessante é que o professor, juntamente com os alunos, decore a escola toda com poesias, colando nas portas, nos murais, nos corredores versos de poesias de diversos poetas.
Deixe que a poesia invada os espaços de ensino e traga criatividade, imaginação e conhecimento para dentro dos muros da escola!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

UM ESPAÇO DE DISCUSSÃO: A ÉTICA EM SALA DE AULA


Uma das atividades desenvolvidas na escola parceira do PIBID, no ano de 2011 e 2012, foi o trabalho com questões relacionadas à formação humana dos alunos em aulas de Língua Portuguesa. Desta forma, trabalhamos, com turmas do Ensino Médio, durantes algumas aulas a temática ética.
O trabalho envolveu várias atividades em sala, todas pautadas nos gêneros discursivos e nas práticas de leitura, escrita e oralidade. 
Inicialmente, com o intuito de ativar os conhecimentos prévios dos alunos, propôs-se uma situação-problema em que se observava a falta de ética. Aqui trabalhamos com os seguintes vídeos:
Cena inicial do filme “O Poderoso Chefão”
Moradores de rua devolvem dinheiro encontrado
(Disponível em: http://youtube/WckCA8juT8k)
Em seguida, trabalhamos o conceito de ética, por meio de um texto informativo retirado da internet.
Depois, trouxemos a música - “Perfeição” de Legião Urbana - e propusemos um debate oral relacionando a música à temática. 
Num outro momento, utilizamos duas charges que se relacionavam à ética
Depois deste trabalho que envolveu primordialmente a leitura e a oralidade, propusemos a produção escrita, por meio de uma proposta de produção que continha a música “Polícia, bandido, cachorro, dentista” de Sergio Sampaio (disponível em http://letras.mus.br/sergio-sampaio/570630);
Continha também os artigos I, II e III da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
e uma campanha publicitária envolvendo ética 
Realizadas as produções textuais escritas, fizemos a avaliação dos textos deixando sugestões, dicas, por meio de bilhetes, de melhorias tanto na forma, quanto no conteúdo dos textos e propusemos a reescrita textual, pois sabemos da necessidade de planejar, escrever, revisar e reescrever textos.
Diante das atividades realizadas, percebemos que a experiência esteve pautada nos apontamentos dos PCNs e principalmente nas orientações das DCEs para o ensino de Língua Portuguesa e que rendeu resultados bastante relevantes.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Fim de Ano

O grupo de bolsistas já encerrou suas atividades na escola parceira do projeto, mesmo assim cada um de nós está dando continuidade à sua pesquisa, e o blog Mundo Pibidiano também continua.
As postagens ocorrerão todas as sextas-feiras durante a noite, buscaremos compartilhar as experiências de 2012, um pouco das nossas próprias pesquisas e êxitos obtidos por meio do PIBID.
Bolsistas de outros projetos, outras licenciaturas, alunos, colaboradores, todos são bem-vindos ao Mundo Pibidiano, contamos com seus comentários, críticas e sugestões.
Ajude-nos a divulgar o Mundo Pibidiano nas redes sociais!
Abraços e até sexta-feira! 

Crônica: uma leitura do mundo


“O pomar da literatura, vocês sabem, é composto de diferentes espécies: a poesia, que, pela sua delicadeza, compara à uva; o romance, que, pela sua densidade, me lembra uma jaca (não dá para comer toda de uma vez e se presta muito para fazer doces e filmes); o conto, que, para ter qualidade, precisa ser redondo como uma lima; a novela, que, a meio caminho entre o conto e o romance, poderia ser um melão; e a crônica, que, pela variedade e popularidade, equivale à laranja.  O conto e a crônica, como se vê, são parecidos e às vezes até confundidos sob um olhar apressado. O conto, como a lima, tem a casca mais fina e pode ser mais agradável a um paladar delicado. A crônica, casca mais grossa, não requer tantos cuidados para frutificar. Cresce até em publicações periódicas, como jornais e revistas, mas nem por isso seu valor nutritivo é menor: contém todas as vitaminas necessárias à formação de um leitor. As crônicas, como as laranjas, podem ser doces ou azedas; consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa, ou virar suco, espremidas nas salas de aula”. (NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista e outras crônicas. São Paulo, Editora Ática, 1995.)

Nessa atividade, convidamos você e seus colegas a entrarem nesse pomar para saborear uma de suas frutas: a crônica.
A crônica é um texto curto que apresenta a visão pessoal do cronista a respeito de fatos corriqueiros ou noticiados em jornais e na televisão. Assim, a crônica é uma conversa do cronista com o leitor a respeito dos acontecimentos que os cercam.
Faço votos de que você e seus colegas envolvam-se com essa proposta, sintam-se motivados a saborear as crônicas e, dessa forma, a tecer reflexões acerca do mundo em que vivemos!


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